Falta de policiamento, iluminação precária, vandalismo e dificuldade de acesso são alguns dos problemas apontados pelos brasilienses que usam as travessias subterrâneas dos eixos Norte e Sul.
Alternativa para garantir a segurança de pedestres e ciclistas que precisam atravessar o Eixo Rodoviário, as passagens subterrâneas das asas Sul e Norte foram pensadas para Brasília desde o projeto de Lucio Costa. No entanto, com o tempo e a falta de manutenção, essas passarelas se transformaram em caminhos menos convidativos para quem pretende chegar ao outro lado. Sujeira, mau cheiro, vandalismo, escuridão, falta de acessibilidade e casos de assaltos e estupros marcam a história de alguns desses 16 caminhos nas duas asas.
O medo, provocado principalmente pela falta de policiamento nas imediações, faz com que muita gente prefira se arriscar entre os carros em alta velocidade que transitam pelos Eixinhos e no Eixão. Pior ainda para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, que tentam chegar ao outro lado na Asa Sul. Isso acontece porque as passagens subterrâneas do lado sul têm rampas íngremes e estreitas, nas quais é praticamente impossível descer com cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê, por exemplo.
A dificuldade também se estende aos idosos, que precisam, ao menos, de um corrimão para descer as escadas. Em frente ao Hospital de Base, o apoio da passagem subterrânea está danificado. Além disso, o piso é irregular e há buracos ao longo do caminho.
A questão da iluminação é mesmo um problema. No fim do dia, a falta de acessibilidade se une ao medo.
No período noturno, as passarelas subterrâneas nem sempre são opções. Geralmente, há pessoas em situação de rua, cheiro de urina e calçadas quebradas. A infraestrutura precisa melhorar.
Sued Silvio é presidente do SINPETAXI-DF